sábado, 30 de janeiro de 2010

Terra dos Olhos de Mel

Já era noite, e a beleza da Cidade revelou-se por instantes, especial e acolhedora.
Olhei pela janela do meu quarto, caíam floquinhos de neve, que delicadamente se derretiam no chão ainda húmido. Virei-me, apanhei uma folha que encontrara no chão, e sentei-me na cama, rabiscando traços e desenhando palavras soltas, sem significado algum.
Deitada já na cama pronta para dormir, olhei bem no profundo da escuridão que pairava no meu quarto, e um arrepio doce, subiu-me pela espinha das costas. Levantei-me num impulso, com uma vontade de sentir o cheiro da neve, que aos poucos já se formava nas ruas e nos telhados das casas. Abri a janela, e sem medo sentei-me na borda desta. Fechei os olhos e inspirei o ar, saboreando a frescura subindo-me pelas narinas. Mantive os olhos fechados, saboreando ao máximo aquele momento. Quando por instantes, senti umas mãos suaves, colocarem-me uma espécie de pano de seda, tapando-me os olhos! Tentei no pânico, tirar a seda delicada de volta dos meus olhos, mas novamente as mãos impediram-me num toque delicado e rápido. Estremi, ao aperceber-me que algo tocava meu cabelo de uma forma extremamente cuidadosa, mas não durou mais de 3 segundos.
No segundo a seguir, deixei de sentir o cheiro do meu quarto e uma brisa mais forte e mais subita esbatia-se contra minha face. Senti calafrios. Apesar de não ter a menor ideia de como é voar, senti uma liberdade e uma satisfação que me levou a sorrir. Esquecendo-me de quem estava ao meu lado, me agarrando pelo braço. Apercebi-me que meus pés tinham finalmente tocado a terra! As mãos suaves, desataram o nó do pano de seda e eu abri os olhos.
Um novo arrepio percorreu desta vez todo meu corpo e estremi, ao olhar em minha volta. Algo impossivel de imaginar. A neve deixara de cair, e variedades de flores de todas as cores cresciam no chão, as casas iluminadas deram origem a quantidades de pontinhos luminosos dançando em volta das gigantescas árvores. Sons encantadores dissipavam por todo aquele sítio encantador, mas concentrei-me apenas num, que se assemelhava ao batimento das ondas do mar em rochas, olhei em volta, mas não avistei nenhuma praia, mas sentia o cheiro dela. Inspirei profundamente, e senti um cheiro doce, algo parecido a leite com mel.
A mão suave agarrou a minha, e com um toque apenas pediu para o seguir! Assim o fiz, não sabia nada sobre quem me guiava, mas também tinha aquele cheiro a leite com mel, e sentia-me segura a seu lado. Não andamos muito, até que parámos em frente de uma tendinha pequena, mas bastante acolhedora. Quem me seguiu até ali, entrou e fez-me sinal para o seguir! Entrei e fiquei sem reacção qualquer. Fotos desde o meu nascimento, até aquele preciso dia, estavam espalhadas por todos os cantos daquela tendinha que parecia mágica.
Caí de joelhos no chão sem saber do que se tratava mas, maravilhada. Um rosto perfeito e jovem com olhos cor de mel olhava-me curioso, esperando se calhar por uma palavra minha. Esqueci de como se falava. Sem pensar, abraçei aquele jovem com bastante força, corei e senti uma anciedade grande. Saí correndo dali, á procura de algo onde me esconder até aquela vergonha desaparecer. O rapaz seguia-me sem grande dificuldade, meteu-se á minha frente, pegou num bocado de cabelo que me impedia de lhe ver os traços perfeitos, e deu-me a mão de novo.
Corremos durante horas, já me sentia cansada, mas ele apoiou-me o braço e meus pés elevaram-se ao nível da terra...fechei os olhos para sentir de novo os cheiros daquele sítio, e... instantes depois, acordei num sobressalto, quaze caindo da cama.
Senti calafrios, olhei para a janela, ela estava aberta. Olhei de novo para a escuridão de meu quarto, senti o arrepio doce, e lá do fundo da escuridão, por muito cansada que tivesse, conseguia sentir a presença daquele corpo com olhos de mel, e o seu cheiro a leite com mel pairava no meu quarto!
Ele tinha estado mesmo lá, e se calhar ainda permanecia me observando. Sorri-lhe, e me recordei da tendinha. Seria a terra onde estivera, uma terra somente para mim e para o jovem de olhos de mel?Não sabia, mas aquele jovem, tinha juntado coisas minhas naquela terra, onde só ele tinha vida, durante tantos anos, com algum motivo...E eu taria á espera dele na noite seguinte, e durante todas as noites, para voltar áquela Terra e passar horas com o Jovem dos Olhos de Mel. Mesmo que não voltasse lá, aquela iria ser sempre a Nossa Terra e seu cheiro iria analar meu quarto para sempre. E iria chamar á Nossa Terra, a Terra dos Olhos de Mel!

Juliana, 30. Jan

2 comentários:

  1. Parabéns meu amor, o texto esta completamente fantastico !
    Continua assim , porque tens muito geito mesmo , nao te esqueças de continuar a historia e fazeres um livro :p Vou ser a tua fa numero 1 ;)
    Gosto muito de ti minha vampira "cheia de imaginaçao " <3
    Da tua amiga/ filipa rodrigues (fa do edward cullen ) lool

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obrigada a todos, Jú!