O presente muda, mas o passado permanece!

Foi num dia sem importância alguma, que a pergunta que eu mais temia, perfurou os meus ouvidos e fez curto-circuito com o cérebro. Deixei de distinguir cores, sentimentos e ruídos. Fui apanhada de surpresa, quando meu pai me perguntou se eu estava disposta a deixar Portugal e ir viver para a Suiça, juntamente com minha mãe. " Não posso ficar a viver aqui sozinha?", foi o que me passou pela cabeça, mas de imediato fiz um esforço para fazer essa ideia absurda escapar-se dos meus pensamentos. E voltei á terra.
Depois de desligar, tive tempo para reflectir nos ultimos momentos, e algo me assustou. Deixar tudo que conquistei em 15 anos, e partir sem saber ao certo o que me esperava. Não podia abandonar-me! Aquilo devia ser um pesadelo, ao qual pedia para acordar de imediato.
Na escola, não era dificil os outros perceberem que algo de errado se passava comigo. Vezes sem conta, dei por mim a observar meus amigos rirem de coisas banais, e eu a reflectir que o tempo que me restava era escasso e uma ou outra lágrima, atraiçoava-me!
Aceitei a proposta. A minha angústia, ódio e infelicidade crescia á medida que ia contando a notícia. Tentava sempre manter-me firme, para quando alguém começasse a chorar, eu conseguir abráça-los e prometer que independentemente da distância, jamáis os abandonaria!
As despedidas começaram a ser frequentes, e a dor cada vez mais insuportável. Não queria acreditar que tal coisa me tivesse a acontecer. Quiz tornar as coisas mais fáceis, tentando meter na cabeça, que iria passar umas "Férias Grandes" mais longas.

Quando me perguntei o motivo de ainda não ter acordado...percebi que não era um pesadelo, era apenas a Realidade! Irá ser assim tão mau?

Juliana, 29. Jan